Crianças e tecnologia: perigos e soluções de controle parental

Encontrar crianças brincando, dançando, cantando ou participando de atividades sociais com outros jovens, está cada vez mais difícil. Atualmente, o mais comum é ver crianças e tecnologia, ou seja, ver os pequenos se entretendo  com tablets e smartphones. No entanto, o uso excessivo desses aparelhos têm impactado negativamente a vida de algumas crianças, que já estão perdendo algumas capacidades cognitivas e sociais. Diante disso, o que os pais devem pensar? Crianças e tecnologia juntas é uma boa ideia? Será que eles devem proibir o uso da internet? Ou devem tentar manter o controle da navegação de seus filhos de alguma forma? Já existem ferramentas para isso? No artigo a seguir vamos responder a todas essas perguntas. 

Os danos que o uso indeterminado da internet têm causado para as crianças, são diversos, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) listou alguns deles, que são: o sedentarismo, problemas visuais devido à exposição a tela por muitas horas, problemas na postura e até lesões por esforço repetitivo. Além de, transtorno de sono e alimentação, dependência das mídias e até transtornos mentais. Há ainda outros problemas de comportamento que são comuns, como a dificuldade de socialização e conexão com outras pessoas e a ansiedade e agressividade que são despertadas pelo acesso à conteúdos inapropriados para a idade.  

Crianças e jovens não estão se desenvolvendo como deveriam, porque vivem uma realidade virtual e ficam depressivas. Crescem inseguras e sem habilidades para construir bons vínculos e uma carreira feliz. Mas isso tem acontecido porque elas não têm restrições, nem controle ou limite de acessos. Por essa razão, acabam caindo em conteúdos que não são legais ou saudáveis. Porém a internet também não é esse espaço feio que só traz prejuízos, ela oferece diversas oportunidades e deve ser usada, principalmente porque é uma realidade. Pais, responsáveis e professores que têm dúvidas se devem apresentar o mundo digital para as crianças, precisam entender que esse processo é inevitável. O questionamento ideal é qual seria o momento certo, que deve ser quando a finalidade for saudável, enriquecedora e dinâmica.

Crianças e tecnologia juntas, nem sempre é uma má ideia, uma vez que a tecnologia pode estimular os jovens nos estudos, já que alguns jogos, vídeos e ferramentas auxiliam no processo de aprendizagem e despertam interesse pelo conteúdo. Além disso, pode ajudar no desenvolvimento, desde que não seja substituída por outras relações de afeto. Por estar diretamente ligada com as necessidades de trabalho atuais, o domínio dela se faz fundamental para o futuro também. E por ser uma interface com infinitas possibilidades, ela também possibilita a criação de conteúdo: textos, vídeos ou fotos. Mas claro, que esse processo deve ser feito junto a supervisão de um adulto e com objetivos bem definidos, de preferência com conteúdos educativos, como uma alternativa para exercitar algum aprendizado novo. 

Qual é o momento certo das crianças e tecnologia se unirem? 

Os psicólogos e pediatras recomendam que os pais evitem apresentar a tecnologia muito cedo para as crianças, principalmente na primeira infância. Revelam também que um dos períodos mais difíceis é entre 5 a 9 anos de idade, pois os responsáveis tendem a liberar mais o uso, sem filtrar tanto o que está sendo acessado. Para não correr o risco de expor os filhos a conteúdos violentos ou a pessoas mal intencionadas, os pais já contam com ferramentas e alternativas para fazer um controle parental. Algumas fazem o gerenciamento dos aplicativos e sites aos quais os jovens têm acesso, outras funcionam com filtro e tem aquelas que permitem que os pais mandem mensagens diretamente para o celular e verifiquem onde os filhos estão. Conheça algumas das principais ferramentas de controle parental:

Youtube Kids

O Youtube Kids é uma versão da plataforma de vídeos que disponibiliza conteúdos selecionados para o público infantil. As crianças que utilizam essa alternativa tem conteúdos personalizados para sua faixa etária, ou seja, vídeos educativos, animações e desenhos. Além disso, os pais podem  controlar o conteúdo consumido pelos filhos com apenas algumas configurações simples. Podem filtrar vídeos por faixa etária e delimitar o tempo de uso, bloquear alguns canais e colocar senhas. Para utilizar essa plataforma, é necessário baixar o aplicativo, que funciona em todos os dispositivos, smartphones, tablets, videogames e smart TVs. Essa foi a opção mais segura que Youtube disponibilizou para as crianças explorarem vídeos de acordo com seus interesses, tendo uma experiência saudável. 

Kids Place

Este é um aplicativo de controle parental disponível para aparelhos Android e iOS, que permite que os pais controlem a atividade e o tempo de tela de suas crianças. Ele substitui a aparência e as funcionalidades do aparelho, possibilitando o acesso apenas a certos recursos. A instalação do aplicativo é gratuita, no entanto, para utilizar os seus serviços, é necessário pagar um plano mensal. Entre as suas características, estão: bloqueio de chamadas e textos, tela inicial personalizada, recurso de reiniciar o aplicativo e subsídio de tempo dedicado, que nada mais é do que o limite de tempo de uso que o pai determina para o filho. É um aplicativo interessante para pais que desejam ter noção do que os filhos encontram e acessam no celular.  

Family Safety Mode -TikTok

O TikTok lançou em 2020 uma ferramenta de controle parental que garante mais segurança aos pais de crianças e adolescentes que usam a plataforma. Um aplicativo como ele oferece diversos riscos em relação ao conteúdo e a própria experiência de ficar horas assistindo vídeos. Sabendo disso, a equipe do TikTok disponibilizou um recurso, conhecido como Family Safety Mode ou Modo de Segurança Familiar, que pode ser utilizado pelos pais, desde que tenham acesso ao aparelho da criança e sincronizem as contas. A partir do momento que o responsável atrela a sua conta a do seu filho ele vai adquirir uma série de configurações de controle. Há opções de gerenciamento do tempo de tela, de controle de quem pode enviar mensagens diretas para aquela conta e opção de modo restrito, que censura conteúdos inapropriados para aquele perfil. A plataforma também está fazendo campanhas para ajudar na conscientização das crianças, explicando que elas não devem participar de desafios que coloquem em risco a sua integridade física. Ações para minimizar alguns danos que ela pode trazer.

Google Classroom

O Google Classroom não é uma opção de controle parental, mas é um serviço gratuito para escolas e organizações, que permite a interação de alunos e professores dentro e fora da sala de aula. Para acessá-lo, basta ter uma conta pessoal do Google. Sua função está ligada à organização de atividades, comunicação e criação de turmas. E ele oferece a opção de ver as atividades na mesma página e os materiais de uma turma (geralmente documentos, fotos e vídeos) e por isso é bastante útil para os alunos. Para os professores, ele é interessante porque permite que eles enviem avisos e debates com a turma instantaneamente. Em relação a segurança, ele também é legal, porque não vai usar os dados e conteúdos dos usuários da plataforma para fins publicitários e também não apresenta anúncios. É uma boa alternativa para escolas que querem disponibilizar conteúdos para os alunos em outros espaços. 

Google Family Link

Esta é uma outra alternativa do Google para ajudar as famílias a criarem hábitos digitais mais saudáveis. Entre os recursos que esse aplicativo oferece estão os relatórios de atividade que mostram o tempo gasto em cada aplicativo. Dessa forma, é possível que pais orientem filhos a escolhas mais responsáveis. Com ele, também é possível definir limites de uso e bloquear o dispositivo da criança. Mas sem dúvidas, o diferencial desse app é a possibilidade de saber onde a criança está, através da localização do aparelho. Assim, pais conseguem manter uma maior segurança de seus filhos. O Google Family Link foi criado para responsáveis de crianças menores de 13 anos no Brasil (mas a idade mínima varia de acordo com as necessidades de cada país). 

A importância da educação digital

Não adianta os pais utilizarem diversas ferramentas de controle parental para limitarem o acesso de seus filhos e não explicarem as razões e nem ensinarem como as crianças devem se comportar no ambiente virtual. Porque sem a compreensão e o entendimento, elas podem se sentir controladas, presas e principalmente acreditarem que seus gostos e suas opiniões não são importantes. Para que isso não aconteça, os responsáveis devem deixar claro, que a questão não é essa, precisam estar presentes, dar atenção, amor e carinho para os pequenos. Sabendo que são ouvidos e respeitados, eles certamente não terão motivos para desrespeitar as regras.

Ficar um tempo off-line, também é importante para que os pais possam dar o exemplo. Por mais que seja uma tarefa difícil, é necessário, para mostrar disponibilidade e tempo para os filhos. Além disso, o ideal é que os responsáveis ofereçam opções de lazer que vão além da internet, como por exemplo, passeios em parques, brincadeiras com bolas e outras crianças, além de alternativas para explorar novos espaços e ambientes com natureza. Abordar a questão da privacidade também é fundamental, tanto a própria como as das outras pessoas. Ensinar os filhos que eles não devem tirar fotos ou gravar vídeos de outras pessoas sem autorização e também instruí-los a não revelar informações pessoais desnecessárias, já que a internet é um espaço onde qualquer pessoa pode ter acesso. Crianças e tecnologia podem caminhar juntas, sem grandes transtornos, mas o caminho é ensiná-las a usar tudo com moderação.

Leia outros artigos sobre Tecnologia e Marketing Digital aqui.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *